"Siga o seu caminho.
Não é da sua conta..."
Eli.
Dirigido pelos irmãos Allen e Albert Hughes, O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010), traz no seu elenco principal: Denzel Washington como Eli (cujo nome significa "Elevadíssimo", foi um Sumo Sacerdote nos dias de Samuel e o último dos Juízes), Gary Oldman no papel de Carnegie e Mila Kunis como Solara. O filme se passa em uma época pós-apocalíptica devastada pela guerra no local que seria, hoje, os Estados Unidos. Eli carrega consigo um livro que julga ser o único e mais importante objeto na face da Terra. A sua missão não é outra senão protegê-lo para que não caia nas mãos de pessoas tendenciosas, mesmo que pra isso custe a sua própria vida. Carnegie é um corrupto que coordena uma cidade empestada de ladrões, assassinos, estupradores e prostitutas. A sua maior obsessão é encontrar O Livro, a Bíblia, cuja posse é de Eli que segue a sua jornada caminhando sempre em direção ao Oeste. Em meio ao seu trajeto ele é preso pelos homens de Carnegie, mas consegue fugir iniciando uma perseguição alucinante em busca do Livro. Carnegie sabe a importância do conhecimento e poder que o Livro pode proporcioná-lo. Em um dos diálogos dele com Eli fica claro a sua intenção, quando diz: "Eu cresci com ele... conheço seu poder. E se o lê, você também conhece. Por isso, queimaram todos depois da guerra." Historicamente a Bíblia sempre foi manipulada por interesses políticos, culturais, religiosos e econômicos. As diversas interpretações dos textos sagrados, por diferentes correntes de pensamento filosófico-teológico, possibilitaram ao longo dos séculos uma verdadeira salada espiritual. Muito das leituras e interpretações que fazem das Escrituras são recheadas de arbitrariedade, pre-conceito, radicalismo, fundamentalíssimo, fanatismo e terrorismo. Há uma onda crescente, no Brasil e no mundo, de grupos pseudo-evangélicos com tendências manipula-
doras. Essas organizações religiosas são formadas por um conjunto de doutrinas legalistas e, totalmente, desprovidas da Graça, ou seja, des-graçadas. Esses grupos agregam em seus rituais, mensagens que enobrecem as conquistas pessoais pelas obras, em detrimento da fé. Carnegie, representante máximo dessa corja de fariseus, sabe muito bem do poder que este Livro exerce nas pessoas. Daí, então, a sua ânsia em possuí-lo. "Não é um livro qualquer, diz ele (...) É uma arma! Apontada pro coração dos fracos e desesperados! E com ele, nós os controlaremos! Pra dominarmos mais de uma cidadela, precisamos dele! Virá gente de toda parte, e farão o que eu mandar se as palavras vierem do livro. Já aconteceu antes. E vai se repetir. Só precisamos aquele livro." Carnegie parece mais um daqueles lideres religiosos que usam e abusam das Escrituras preparando um mói de soldadinhos da fé, para ostentar a bandeira partidarista de sua própria instituição. Indivíduos que buscam o reino da Terra e suas riquezas materiais e, ainda, possuem a ousadia de chamar isso de Evangelho. Não é difícil de encontrar representantes religiosos igualzinhos a Carnegie, basta dá uma olhadinha, apenas, ao seu redor, pois, qualquer semelhança não é mera coincidência. Já o filme na figura de Eli ressalta algumas característica interessantes de como seria o cristão ideal, a saber: não dado aos prazeres, constatemente focado em seu alvo, conhecedor resoluto dos textos bíblicos e um firme defensor da Verdade. Não julgo ser isso uma tarefa impossível. Mas, cá entre nós, que é difícil, ah, isso é!!! Portanto, caso almejes ver este filme, por favor, se despoje ou pelo menos tente fugir de toda e qualquer ideia falsa e tendenciosa da tradição. Pois, é justamente isso que faz Eli quando se propõe a lutar e a defender com a espada genuína do Evangelho o mal que tão de perto o assola e não com a faca suja, sega e velha da religião. Vale apena, aqui, perceber como ardilosamente determinados lideres se comportam. Isso já será um grande avanço se você, meu caro, estiver disposto a abrir o coração ao Evangelho. Um abraço...
O livro de Eli (2010) - Trailer Oficial
Rev. Caio Fábio fala sobre o filme, O Livro de Eli.
eu tô no calango: ocalangoabstrato.blogspot.com
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