O termo latino Sapere Aude - Ouse Saber - traduz a essência de todo conteúdo deste blogger. Nosso desejo, aqui, é ajudá-lo a mergulhar em ideias que produzam um bem estar de prazer nesse imensurável mar de conhecimento. Logo, contribuiremos da melhor maneira possível para que indivíduos sejam “libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância” – como imaginava Sócrates. Portanto, saia da caverna, AGORA, e aproveite o máximo que puder. Um abraço...

FlashVortex.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A Ilha - Um filme de Michael Bay


“Você é especial. Você tem um objetivo especial na vida. Você foi escolhido. A ilha aguarda você.”
                                        Voz do Complexo
O filme, A Ilha (The Island, 2005), de Michael Bay, traz no elenco principal: Ewan McGregor no papel de Lincoln Six Echo, Scarlett Johansson como Jordan Two Delta e Sean Bean como Dr. Merrick. O filme se passa no futuro, no ano de 2019. O Dr. Merrick desenvolveu um complexo bunker militar subterrâneo no valor de 120 bilhões de dólares, para criação de clones e comercialização de seus corpos saudáveis, para os ricos que sonham com prolongamento de suas vidas na terra e, quem sabe, o desejo da vida eterna. Esses clones são mantidos em total vigilância esperando o momento em que ganharão na "loteria" a passagem para serem levados à Ilha - uma espécie de paraíso em que uma nova população reiniciará o povoamento na terra. Um "Novo Mundo" onde só escolhidos terão acesso. A Ilha, aqui, não passa de um engodo. É apenas uma forma de enganar toda a população de clones que, em breve, morrerão e terão seus órgãos transplantados para suas cópias originais. Mantidos presos, eles não possuem consciência da realidade externa, todas as suas lembranças são programações, ou seja, 
memórias implantadas. E, por conseguinte, eles não sabem nada além do que a falsa realidade que vive. Impossibilitados até mesmo de falar com os outros clones do Complexo são constantemente vigiados, a educação que recebem é a mesma, seus estímulos, desejos, pensamentos e sonhos são reprimidos. Tudo, absolutamente tudo, é do interesse do Complexo. Quando acordam ou quando caminham pelo recinto público em que se encontram, uma Voz monitorada eletronicamente diz: “Lembre-se: sejam educados, agradáveis e pacíficos. Uma pessoa saudável é uma pessoa feliz.” Há uma cena no filme em que grupos de pessoas estão repetindo uma passagem de um livro infantil em voz alta e de maneira mecânica. O compromisso, aqui, não é outra coisa senão condicioná-los a não interpretar o que lêem. Não há interesse algum do Complexo – Monitoramento da ordem pelo Estado – em fazê-los serem pensantes e autônomos. Lincoln
 Six Echo (Ewan McGregor) e Jordan Two Delta (Scarlett Johansson) são dois clones criados que ao descobrirem que tudo isso não passa de uma fantasia seguem em busca de respostas. Em outra passagem, o filme revela a necessidade que Lincoln tem pela busca da verdade e pelos seus constantes questionamentos causando com isso um mal-estar ao Dr. Merrick responsável geral pelo monitoramento e ordem do Complexo. E quando interrogado a respeito de sua vida, Lincoln disse: “Eu quero saber as respostas. Eu queria mais.(...) Mais do que apenas esperar para ir para ilha.” Essa ânsia pulsante em Lincoln é presente, também, quando conversa com um dos seus amigos, demonstrando total ojeriza a sua conduta passiva por não questionar as coisas ao seu redor, quando diz: “O que fazemos aqui, afinal?(...) Nunca se pergunta nada?” As questões inquietantes, levantadas por Lincoln, são pertubadoras para todos aqueles que vivem no Complexo desprovidos da luz da razão e do entendimento. E, por isso, chega a ser mal compreendido até mesmo pela sua fiel amiga, Jordan. E imbuído de um forte desejo de conduzir os seus e, em especial, Jordan a luz da Razão, ele parte até o seu encontro na tentativa de convencê-la de que a Ilha e tudo isso, não passa de uma farsa (Assim como fez o homem que se liberta das cadeias que o prendiam no fundo da caverna na Alegoria de Platão). A exemplo de como o processo do conhecimento 
é lento e às vezes escarpado, Jordan, ainda, mergulhada no "mundo maravilhoso" do que lhes haviam dito do que seria Ilha, ela, a princípio reluta em acreditar em Lincoln dizendo: "Por que sempre questiona o bem? Só pensa no mal." Assim, movidos pela verdade que os impulsionam a viver, Lincoln e Jordan, fogem e, em seguida, partem para descobrir de uma vez por todas o que eles são e o que fazer para juntos mudarem suas vidas e as dos que, ainda, estão no Complexo. Uma típica  ALEGORIA DA CAVERNA aos moldes modernos. Um abraço e até logo...

A Ilha (2005) - Trailler Oficial





11 comentários:

  1. Maxwell, respeito seu posicionamento. Mas, na minha opinião, "A Ilha " é um filme com boa premissa, porém mal executado. Michael Bay é o maior picareta hoje de Hollywood. Fico revoltado com o seu sucesso comercial.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Olá, Fábio. Pessoas como você só tem a contribuir neste espaço. O filme, A Ilha, é um grande entretenimento. As ações fazem dele um filme repleto de efeitos e sensações que este tipo de linguagem oferece. O que gosto nele, ou seja, no filme é maneira como transparece o paralelo feito com O Livro VII da República de Platão. A ideia de sair da caverna e percorre a dura jornada da existência em busca de sua verdadeira identidade que outrora foi aprisionada e negada pelo Estado e, também, a expectativa de poder voltar para trazer a luz para os que estavam no Complexo tem um grande efeito pedagógico. Valeu pelo comentário, Fábio. Um abraço companheiro... Sapere Aude!!!

    ResponderExcluir
  3. Não assisti esse filme. Interessante a resenha. Fiquei curiosa!
    Estou de volta depois de uns dias ausente. Tudo de bom em 2012
    Desejo uma semana imensa de coisas boas. Obrigada pelo carinho da amizade...Um abraço!

    ResponderExcluir
  4. cara eu gostei muito desse filme. O melhor é que eles abordam não só esse questionamento da existência em si como a questão do poder que o dinheiro tem sobre qualquer ser humano. Nós estamos sujeitos a tudo quando se refere a fortuna de alguém ou o poder de um grande império(no nosso caso país) não sei se realmente consegui passar a minha ideia, mas espero que tenha entendido. O filme é muito bom e o recheio com as cenas de ação ajudam bastante no entretenimento. E claro não poderia esquecer a atuação da belíssima scarlett johansson rsrs um abraço cara . Tem coisa nova lá no pub ser quiser da uma passada lá .

    ResponderExcluir
  5. Olá, Smareis. Você é sempre bem-vinda por aqui. Obrigado por sua companhia. Imagino que você vai gostar deste filme. Um abraço...
    ************************************
    Oi, Júnior. Excelente avaliação, companheiro. Percebe-se como você apreendeu com a ideia do filme. Belo poder de síntese. Um abraço...

    ResponderExcluir
  6. Decididamente eu não sei o que acontece com esse filme, as duas vezes em que me programei para assistir, não deu certo. Mas ainda não desisti dele. rs

    bacio

    ResponderExcluir
  7. Estou na torcida, Lunna, para que você veja. :)
    Até a próxima...

    ResponderExcluir
  8. Eu gosto muito de filmes. Sempre que posso vejo um de gênero diferente.
    Eu já conhecia o filme, mas ainda não parei pra conferir.
    E nem tinha pensado no filme na forma como você colocou no post. Fiquei realmente instigada a assistir.
    E ainda tem a Scarlett, que eu considero uma das atrizes jovens mais talentosas.
    De alguma maneira, o roteiro me lembrou um livro. Fui pesquisar e achei um livro chamado "A Ilha, de Aldous Huxley. Pelo que li, não tem nada a ver com o filme, mas ainda assim achei a proposta dos dois parecidas.
    Vou deixar a sugestão aqui.

    Bjs ;)

    ResponderExcluir
  9. Ótima a dica, Ana. "A Ilha" de Aldous Huxlev, vou conferir sim. Um abraço...

    ResponderExcluir
  10. Eu assisti e gostei (:
    Beijo, obrigada pelo enorme carinho em meu blog *-*

    ResponderExcluir

Fugitivos da caverna comentam, aqui: