O termo latino Sapere Aude - Ouse Saber - traduz a essência de todo conteúdo deste blogger. Nosso desejo, aqui, é ajudá-lo a mergulhar em ideias que produzam um bem estar de prazer nesse imensurável mar de conhecimento. Logo, contribuiremos da melhor maneira possível para que indivíduos sejam “libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância” – como imaginava Sócrates. Portanto, saia da caverna, AGORA, e aproveite o máximo que puder. Um abraço...

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sábado, 31 de dezembro de 2011

Na Natureza Selvagem - Um filme de Sean Penn


Baseado em uma história real, Na Natureza Selvagem (Into the Wild, 2007), e dirigido por Sean Penn, o filme trás no elenco o jovem Christopher Johnson McCandless interpretado por Emile Hirsch, Marcia Gay Harden como Billie McCandless, William Hurt (Walt McCandless), Catherine Keener (Jan Burres), Vince Vaughn (Wayne Westerberg) e, por último, Hal Holbrook como Ron Franz.  O filme conta a história de Christopher McCandless que parte da Virginia ate chegar ao Alasca. No trajeto ele conhece inúmeras pessoas que diretamente ou indiretamente o ajudam a continuar sua trajetória. Cansado de sua vida em meio ao cotidiano frio das relações insípidas do materialismo americano, Chris após concluído o curso superior resolve doar todas as suas economias para uma instituição de caridade. Na oportunidade destrói todos os seus documentos e, apenas, com um carro velho, algumas comidas e uns poucos livros ele dá início a sua libertação. Entre os livros trazidos na bagagem estão: Liev Tolstói (1828-1910), Jack London (1876-1916) e Henry David Thoreau (1817-1862). Após haver perdido o seu automóvel em uma inundação, parte agora da forma mais primitiva: caminhando. O seu desprendimento é tamanho, a ponto de queimar as poucas cédulas de dólares que trazia consigo e, em seguida, muda o seu próprio nome para Alexander Supertramp, dando início ao  que  ele chama de seu novo nascimento. A representação dessa queima é uma ruptura com todo o paradigma de uma cultura americana centrada no capital e nas relações de interesses. No caminho, Alex, conhece um casal de hippie (Rainey e Jan) que provisoriamente oferece-lhe ajuda. Depois passa a trabalhar em uma fazenda para conseguir mais subsídios para continuar seu percurso. Aventura-se rio abaixo com caiaque sem nenhuma experiência. Vive situações que jamais imaginava. Encontra, por fim, o que ele mais
procurava: a liberdade."Se admitirmos, diz Chris, que a vida humana pode ser regida pela razão está destruída a possibilidade da vida. (...) Liberdade e beleza natural são boas demais para se recusar." Tudo, simplesmente, tudo é motivo de emoção na vida do jovem aventureiro. A vida, a natureza, as pessoas, a existência e a suas escolhas é um alento para sua alma. As pequenas coisas passam a ter, agora, sentido em sua exuberante vida. O vislumbre com o mundo que o cerca é motivo de espanto. Tudo é novo, tudo é Vida. O longa tem o seu ápice na amizade entre ele o Sr. Franz, um reformado do exército que serviu aos EUA em Okinawa no ano de 1957 e que deseja adotá-lo como neto. Em um dos diálogos entre ambos, Chris, ou melhor, Supertramp diz: "Mas está errado ao pensar que a alegria da vida tem sua principal fonte nas relações humanas. Deus a colocou à nossa volta. Ele está em tudo. Em tudo que podemos vivenciar. As pessoas só precisam mudar o jeito que vêem as coisas." E sabendo do problema que  Alex (Supertamp) trazia consigo e os motivos que o levou a buscar a si mesmo, Sr. Franz disse: "Mas quando você perdoa você ama. E quando você ama a luz de Deus brilha em você." Portanto, Na Natureza Selvagem, não é apenas um filme de aventura e novas descobertas, mas um filme para se pensar a respeito da ética, da moral, da vida, das escolhas, da existência, das pessoas que nos cercam, do outro e  de si mesmo. A ética é um princípio que se percebe em Alex. Em nenhum momento ele usou as pessoas como o meio, mas como um fim em si mesma. Delas só amizade, o amor e a felicidade foram a mola propulsora de sua vida. Pois, "A felicidade, diz Alex, só é real quando é compartilhada." E é movido pelas paixões que Supertramp segue em rumo ao Alasca para sua própria descoberta. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) em sua obra, O Humano Demasiadamente Humano, diz: "O homem não é igualmente moral a todas as horas, isso é sabido: se se avaliar a sua moralidade segundo a sua capacidade de desapego, de renúncia a si mesmo que levam ao grande sacrifício (o qual, persistente e transformado em hábito, se chama santidade), então é na paixão que ele é mais moral; a emoção mais intensa lhe confere móveis totalmente novos, de que ele, estando sóbrio e frio como habitualmente, talvez nem sequer se julgasse capaz." Termino na esperança de que tudo que compartilhamos neste ano de 2011 tenha proporcionado momentos de prazer, paz e esperança a todos.  Portanto, espero que este filme traga alento e coragem para este novo ano que começa. Um abraço e um Feliz 2012. Até...

Na Natureza Selvagem (2007) - Trailer Oficial
Trilha sonora - Eddie Vedder - Society
Trilha sonora - Eddie Vedder - Rise

Terminamos, aqui, a nossa Sessão Nietzsche. Agradeço a 
todos que participaram com seus 
brilhantes comentários. 
Feliz 
2012

6 comentários:

  1. Um dos meus filmes favoritos Maxwell. Que bom que gostou. Esse filme é uma lição de vida, em vários aspectos, vale muuuito as 2 horas no sofá.
    Ótimo texto.
    Tudo de bom pra você e todos que te cercam em 2012.
    Abração.

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  2. Fechando 2011 com chave de ouro!!! Excelente escolha!!!

    http://www.youtube.com/watch?v=32GnAVUB2ic&feature=related

    Um beijo imenso de amizade e carinho.
    Feliz 2012!!!

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  3. Esse filme é com certeza um dos meus filmes favoritos. Esse filme vai da fotografia a trilha sonora perfeita. A historia é muito boa, o único grave foi eles terem acrescentado algumas coisa no filme que nunca aconteceram. Umas das frases que mais gosto você até citou no teu texto " A Felicidade Só É Real Quando Compartilhada" foi um ótimo post para esse nosso começo de ano parabéns abração

    jjrs

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  4. Olá, Eder. Esse filme é realmente muito bom. Fico feliz que tenhas gostado, também. Um bom começo de ano pra você, Eder.
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    Oh, Teca. Você sempre gentil, né. Fala de Nietzsche não é tarefa fácil. Mas, valeu a tentativa. Obrigado. Um abraço, Teca. Um excelente começo de ano pra você.
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    Olá, Júnior. Essa frase é mais importante do filme. Fico feliz que tenhas gostado. Um abraço, Júnior.

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  5. Romper os paradígmas de uma cultura, perceber a plenitude de Deus permeando tudo e a todos.Tu compartilhas teu saber com muita beleza, eis a chave para a felicidade. Quero muito assistir a esse filme!
    Luz
    Ana

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  6. Obrigado, Ana Coeli, pelas palavras. Você sempre muito gentil. Um forte abraço...

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