O termo latino Sapere Aude - Ouse Saber - traduz a essência de todo conteúdo deste blogger. Nosso desejo, aqui, é ajudá-lo a mergulhar em ideias que produzam um bem estar de prazer nesse imensurável mar de conhecimento. Logo, contribuiremos da melhor maneira possível para que indivíduos sejam “libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância” – como imaginava Sócrates. Portanto, saia da caverna, AGORA, e aproveite o máximo que puder. Um abraço...

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domingo, 27 de novembro de 2011

Quando Nietzsche Chorou - Um filme de Pinchas Perry


“Amamos desejar mais do que amamos o objeto de nosso desejo.”

Baseado no romance, Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom, o filme, Quando Nietzsche Chorou (When Nietzsche Wept, 2007), do diretor Pinchas Perry, trás no elenco principal, Arnand Assante, no papel de Nietzsche (1844-1900); como o Dr. Breuer(1842-1925), Ben Cross; como Lou Salomé (1861-1937), Katheryn Winnick e, por último, no papel de Freud (1856-1939) - Jamie Elman. A história começa com o en-
contro entre Lou Salomé e o Dr. Breuer no Café Rousse na primavera de 1822, em um Balneário no Rio Danúbio. O teor do encontro orquestrado por Lou Salomé, suposto afeto de Nietzsche, propunha ao Dr. Breuer que tratasse do problema de caráter emocional do filósofo. Segundo ela, Nietzsche, sofre de fortíssimas dores de cabeça e, por isso, quer que o trate de suas angustias mentais sem que ele o saiba. Essa foi a maneira melhor, talvez, encontrada por Salomé pelo fato de não corresponder ao amor que Nietzsche sentia, ou melhor, sente por ela. Essa paixão surgiu desde o instante em que seu amigo Paul Rée (1849-1901), que mais tarde não faria mais parte do seu restrito ciclo de amizade, promoveu um encontro entre ele e Lou Salomé. A não concretização desta paixão trouxe a Nietzsche consequênicas nefastas ao seu coração. Daí, portanto, o real motivo de Lou Salomé em querer sanar as feridas de Nietzsche procurando o auxílio médico do Dr. Breuer. Os encontros entre Nietzsche e o Dr. Breuer foram, sempre, marcados por uma forte pujança em seu diálogos. Percebe-se, claramente, o cuidado tanto do autor do livro e do diretor do filme em pontuar de
maneira didática os tópico que compõe o corpus do pensamento do filósofo. O longa não se propõe ser uma exposição fidedigna da vida e obra do pensador, mas a instigar e a despertar o desejo para futuras leituras de suas obras que aparecem de forma assistemática na fala do próprio personagem. A estas obras destacamos, aqui, em especial: Gaia Ciência (1882) que em alguns momentos do longa aparece no desenvolver do enredo. Ao mesmo tempo em que o filme evidencia o aspecto filosófico e emocional de Nietzsche, paralelamente, revela, também, o nascimento da psicanálise em meios a pequenos diálogos entre Dr. Breuer e o jovem promissor Freud. Os conceitos e as linhas de pesquisa desenvolvidas que mais tarde haveriam de ser chamadas de Psicanálise aparecem, desde já, latentes no longa por vias de experiências aprimoradas pelo Dr. Brauer. O caso clássico dessa experiência ocorre com uma de suas pacientes, Bertha Pappenheim (1859-1936), que sofria de um altíssimo grau de histeria. Os sonhos, a hipnose, a cura pela fala, o inconsciente, o desejo, a sexualidade etc., são ingredientes para uma formatação desta nova ciência – a Psicanálise. O ponto máximo do filme é o diálogo que ambos (Nietzsche e o Dr. Breuer) desenvolvem a respeito da reflexão sobre à vida, à morte e a própria existência. E em uma destas falas diz  Nietzsche: “Não significa que a vida não tenha propósito. Não, conforme a morte se aproxima, aumenta o valor da vida. Você deve aprender a dizer sim, a cada minuto da vida. Seja impetuoso, um livre-pensador. Supere suas limitações. Seja o "Übermensch". Que tal?” 
           Portanto, espero que gostes e possas aproveitá-lo ao máximo. Até a próxima postagem. Um abraço...

Quando Nietzche Chorou (2007) - Trailer Oficial

23 comentários:

  1. Sempre tive um caso de amor e ódio com Nietzsche, li "Assim Falava Zaratustra", "O Anticristo", "Aurora", e "Para Além do Bem e do Mal", mas não posso dizer que concordo com sua filosofia, o que por vezes me encantava nela é a paixão com que ele defende suas ideias, o que raramente vemos em matéria de filosofia, bons ou maus, seus livros transbordam sentimentos reais... Foi por isso que li o livro de Irvin D. Yalom, gostei muito do romance e da forma com que ele misturou fatos reais com ficção. Ainda não assisti ao filme, tenho curiosidade de vê-lo e sua resenha despertou ainda mais meu interesse...
    .
    http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/11/reino-animal.html

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  2. Ufa, mesmo tratando de Nietzsche é um alívio ver um pouco de cinema neste espaço, Maxwell. Como sabe, não tenho a menor simpatia por esse filósofo e sua ideias, mas o filme me pareceu interessante.

    Abraço e até a próxima!

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  3. Olá, Bruno. Quando li o livro de Irvin D. Yalom, pensei: "por que não transformá-lo em um filme?" Passados alguns anos tive a grata surpresa de que havia chegado no Brasil uma adaptação para o cinema. Acho o Nietzsche um filósofo muito atual e o seu pensamento muito vivo. Um abraço...
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    Olá, Fábio. É um prazer vê-lo, aqui. Como o espaço está temporariamente cedido as ideias deste filósofo o filme, Quando Nietzsche Chorou, não poderia ficar de fora. No mais um abraço e até a próxima, companheiro.

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  4. Oi, Maxwell.

    Gostei muitíssimo de ler essa resenha. É também útil pq as resenhas disponíveis na web são superficiais. Mesmo no nietzsche channel, site muito cuidadoso, a resenha é ligeira e fala que "deu vontade de pegar a minha pipoca com arsênico!"
    Abs do Lúcio jR!

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  5. Depois de ler muito o Niezstche e sentir amor e raiva, compreendi um pouco mais de sua obra e pessoa através da biografia de Lou Salomé (no livro Lou, minha Irmã, Minha Esposa). Este livro clareia muita coisa nebulosa acerca de sua filosofia. Vou assistir a esta sua bela indicação, Maxwell. Grande abraço. paz e bem.

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  6. Oi, Maxwell :)
    À medida que ia lendo a resenha, fui me interessando pelo filme por dois principais motivos:
    Por destacar a relação Niezstche-Salomé; e por incluir Dr. Brauer e Freud.
    Certa vez eu li um livro sobre psicanálise na época que estava fazendo uma disciplina sobre Psicologia. Ele tinha até uns trechos ilustrativos que incentivavam ler. :)
    Realmente, fiquei muito interessada. Ampliou bastante meus conhecimentos nesse âmbito.

    Vou procurar o filme. Eu já conhecia, mas não fazia a menor idéia que tbm retratasse esses assuntos.

    Bjs ;)

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  7. Obrigado pela visita, Lúcio Jr. Fico feliz que tenhas gostado. Um abraço, companheiro.
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    Saudações,Cacá. É sempre um prazer revê-lo. Confesso que não sabia da existência deste livre a respeito de Lou Salomé. É ótimo ter bons leitores críticos como você por aqui, cara. Valeu, irmão.
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    Ao ler o livro de Irvin D. Yalom, Qunando Nietzsche Chorou, não consegui parar. Foi numa tirada só, Ana. Todos os personagens e as suas respectivas histórias em um só romance foi genial. A espera pelo filme valeu. No mais obrigado por visita é sempre bom tê-la neste espaço. Até logo, Ana.

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  8. Oi, pessoal.
    Já li a biografia de li acima citada e não conseguia mais parar, foi um livro apaixonante, me senti arrebatado pela história dessa mulher que mesmo depois de morta ainda apaixona.

    Abs do Lúcio Jr!

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  9. Depois de tantas indicações de amigos como Cacá e Lúcio Jr. sinto-me na dever de, também, devorar este livro. Valeu mesmo pela dica. Atée...

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  10. Querido amigo, li seu coment´rio no meu blog e fiquei muito comovida com a história que você falou do menininho que desejava ter uma janela. Sinceramente eu senti uma profunda tristeza em ver o que estamos fazendo com nossas crianças tão carentes de tudo, que sociedade é esta? Eu bem sei o que significa uma janela , pois adorava passar o tempo sentada em uma delas na minha inf^ncia. Obrigada amigo pela visita e seu lindo comentário que só me enriquece!Depois venho comentar seu texto com mais calma. Luz!

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  11. Você fez uma indicação excelente. Vi o filme, há algum tempo, e gostei muito.
    Bjs.

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  12. Olá, Ana. Você é sempre bem-vinda. Obrigado volte sempre.
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    Obrigado, Marilene. Você sempre muito gentil. Um abraço...

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  13. Oi Maxwell. Que belíssimo blog hein. meus parabéns.
    Já estava devendo uma visita e comentário aqui. mas antes tarde do que nunca.
    Valeu pelo seu comentário em um antigo post lá no meu blog.
    www.b-cine-b-cine.blogspot.com
    Grande abraço

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  14. Ainda não vi ao filme... Estava navegando por aqui e agora sei o que farei hoje à noite: Locar esse filme!!!

    Obrigada!!! :)

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  15. Olá, Bruno. Obrigado pelas palavras. Seja bem vindo, por aqui. Valeu...
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    Fico feliz que tenhas gostado, Rô. Um abraço...

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  16. Você tem uma maneira muito peculiar de escrever seus comentários sobre filmes. Resenhas de luxo! Esta ficou na medida.

    Um beijo carinhoso.

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  17. Obrigado mais uma vez pelas palavras, Teca. Você sempre muito gentil, aqui.
    Um abraço, querida.

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  18. Oi, Maxwell. Revi e fiz uma resenha de luxo do Dias de Nietzsche em Turim.

    Uma outra pedida interessante é o livro Nietzsche, o Sócrates do Nosso Tempo, do Mário Vieira de Mello, que tenta fazer uma leitura cristã de Nietzsche. Lukács tb diz que Nietzsche tem muito mais semelhanças do que diferenças em relação ao cristianismo.

    Abs do Lúcio Jr.

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  19. Sempre com boas e maravilhosas dicas de livros, hein, Lúcio. Valeu cara. Irei conferir, sim. Até logo companheiro...

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  20. Retribuindo a visita...
    adorei a estrutura do blog e as postagens são ótimas, sou "apaixonada" por Nietzsche, adorei a forma como colocou o filme,etc...
    abraços

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  21. Oi, Marina Lima. Obrigado por sua visita. Fico feliz que tenhas gostado. Será um prazer tê-la em nosso espaço. Um abraço....

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  22. Depois de tantas procuras pela net, tentandoa encontrar um blog onde saia da carvena, e me liberte da ignorância, finalmente achei. Parabéns, pelo seu blog, pode saber já tem um fiel seguidor. Faz um certo tempo que tinha lido sobre Nietzsche no Mundo de Sofia, e depois fui procurar saber mais sobre este filósofo e encontrei um vídeo da Viviane Mosé, que fala de uma maneira prática e simples, fácil de ser absorvida. Esse filósofo tem uma corrente de pensamento bem interessante em alguns pontos, mas em outros deixa a desejar. Mais uma vez parabéns pelo blog, todo dia vou vim visita-lo, abraços. ;)

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  23. Olá, meu amigo. Estive ausente por uns tempos aqui. É um prazer poder proporcionar, compartilhar e receber um pouco de conhecimento. Seja bem-vindo. Até...

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